Minotauro
Preso em labirinto de pedra
espera pela nova leva
de jovens de Atenas
Creta revivida
em cada megalópole
esparramada pelo mundo
holocausto das multidões
insones
labirintos de formas
como teia
que cobrem a face da Terra
torres frias de vidro
iluminadas ao sol
de mais um por
que se ausenta
aos poucos as massas
despossuídas
arrastam suas roupas
maltrapilhas
do fundo dos esgotos
para a luz noturna
dividem os lixos das sobras
dos monarcas insuspeitos
em busca de drogas baratas
nas calçadas da fama
onde dividem seus corpos
e ansias
com naves importadas
reluzentes
sons estridentes
de karaoke irreal
que transborda da porta
do bar da moda
andróginos semideuses
jogam moedas
para a plebe suja que
se espreme sedenta
enquanto brincam
com pequenas telas coloridas
o labirinto tem sede
de cada vez mais vítimas
moedor de carne
devorador de almas
Cila e Caribdis imortais
neste decadente ocaso
do Ocidente
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