Sinto que a solidão me afaga
como bruxa solerte
que me aprisiona na pequena sala
onde agora habito
Lembro dos dias de glória
o amor das companheiras na alcova
as cândidas risadas
de meus amados filhos
seus passos trôpegos
suas correrias
pela casa assobradada
a sorte de perceber o exercitar
de suas asas
na imaginação das brincadeiras infantis
Há anos sobrevivo aqui neste sepulcro aberto
como morto vivo
refém das lembranças
fingindo a empáfia do conhecimento
atenuando a solidão com meus livros
única paixão restante de um homem antigo
A vida é madrasta que ensina
com chibata cortante de sonhos perdidos
em alguma noite escura
quando cai a máscara definitiva
persona que se ajusta sob medida
para cada próxima cena
desta peça bufa
que denominamos existência
coisa que se arrasta
entre delírios e desilusões
filme preto e branco de sessão coruja
que se queima na exígua chama
do fogo fátuo que brilha
nas covas noturnas
por fim esclarece-se
desvela a verdadeira face
Desço mais uma vez ao vale das sombras
agora já não temo a escuridão
o final que se avizinha
vão sumindo todos os sentidos
vão morrendo os sentimentos
numa veloz volúpia
que deixa o vivente nesta tonteria/
vertigem das sensações
que por fim cessam
uma a uma
ao penetrar neste ignoto vazio
que absorve a alma
em direção ao nada
que se aprofunda infinito
no mergulho final da consciência
que desliga por fim suas funções
agradecida por não mais existir...
na imaginação das brincadeiras infantis
Há anos sobrevivo aqui neste sepulcro aberto
como morto vivo
refém das lembranças
fingindo a empáfia do conhecimento
atenuando a solidão com meus livros
única paixão restante de um homem antigo
A vida é madrasta que ensina
com chibata cortante de sonhos perdidos
em alguma noite escura
quando cai a máscara definitiva
persona que se ajusta sob medida
para cada próxima cena
desta peça bufa
que denominamos existência
coisa que se arrasta
entre delírios e desilusões
filme preto e branco de sessão coruja
que se queima na exígua chama
do fogo fátuo que brilha
nas covas noturnas
por fim esclarece-se
desvela a verdadeira face
Desço mais uma vez ao vale das sombras
agora já não temo a escuridão
o final que se avizinha
vão sumindo todos os sentidos
vão morrendo os sentimentos
numa veloz volúpia
que deixa o vivente nesta tonteria/
vertigem das sensações
que por fim cessam
uma a uma
ao penetrar neste ignoto vazio
que absorve a alma
em direção ao nada
que se aprofunda infinito
no mergulho final da consciência
que desliga por fim suas funções
agradecida por não mais existir...