quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Amores em tempos de pandemia


Quando a vida perde o sentido

a loucura extravasa a morte

o castelo de cartas voa

o raio destrói a Torre

Lobo assopra a casa de palha

do que era antes amor eterno


Era uma vez uma princesa

que tomou um porre

como quase todo o dia tomava

e deixou-se desabar na suja sarjeta

mascara rota / malcozida

caiu na vala

vociferando opróbrios

com os demônios que carregava

em seu ventre seco

Desabou como pedra

fera ferida

xingou o mundo

até mesmo seu mais intimo amante

quebrou a bengala 

da consciência e sabedoria

com seus impropérios sem sentido

e depois perdeu tudo que tinha

em apenas alguns minutos

de ira bêbada 

loucura etílica plena

perversa e sem sentido

sentimento suicida

de quem por dentro 

morre a cada instante

e despercebe a alma rota