Dorme meu
pequeno
enrolado em panos
teu sagrado sono
sangre seco
na face imberbe
que já não
respira
Dorme meu
pequeno
sonha teus
lindos campos
que nunca
conheceste
cessa teu
choro agora
cessa a dor
de teu corpo
rasgado pela
bomba sem nome
olha
inocente, estupefato
a própria vida que se esvai
alma sumida
em sonhos
travessuras de
criança
pipa esvoaça
sobre o muro
olha a fria
mira da sentinela
estupefato
admira as
lindas cores
do objeto
que agride
a pedra fria
voa a nave
silenciosa
como ave de
rapina
explode o
débil corpo
silencia teu
riso inocente
por cima do arame farpado