terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Tempo, tempo, tempo, tempo...

Cronos tece o fio das calendas
rubras sendas
celebra a luta dos homens
sobre a Terra
como átimo suspiro
dos deuses
fogo que se acende
na fuga chama
do fósforo que se apaga
assim que finda
luz que descaminha
cinza fria
matéria escura
que permeia o Todo
que não vemos quando olhamos
sua fronte
que não escutamos quando
sopra a corrente
de cada minuto insolente
que escapa
vida tortuosa
aventura cotidiana
devora a carne
dos filhos
em sua labuta
silenciosa
rio caudaloso
abismo
sem volta
oração de regresso
da alma