Sinfonia solar
Canto inumano
de um bando de aves parlantes
regurgitando, lembrando:
Tu estás aqui !
Tu estás aqui !
Tu estás aqui !
Tu estás aqui!
No céu antes acabrunhado
o azul rompe o tecido
e o calor da primavera espalha
e acodem as aves
feliz algazarra
que troçam dos sentidos:
Isto és tu !
Isto és tu !
Isto és tu !
Isto és tu !
Nos galhos comem sementes
enquanto divertem seus cantos
aos incautos que despercebem
a completitude da Obra:
Nada importa !
Nada importa !
Nada importa !
Nada importa !
Advertem suas algaravias
vozes roucas em coro
não fiam nem tecem suas vestes
voejando loucas
na tarde que finda:
Cala a boca !
Cala a boca !
Cala a boca !
Cala a boca !
Em transes de falsos sentidos
quedam os tolos
como aves parlantes
sobre frívolas ausências
presenças pobres de sentido
palavras poucas de individuos
que nunca falam o que pensam
Viva agora !
Viva agora !
Viva agora !
Viva agora !
Aquilo que já foi inexiste
e o que virá será forjado
no sempre hoje
Não olvides !
Não olvides !
Não olvides !
Não olvides !
Essas são feras bípedes
que perderam suas penas
e já não podem avoar
e já não podem avoar
pensam as voadoras
parlantes avoengas
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