quarta-feira, 9 de maio de 2018

A ESPERA







Te espero

Como antes fazia

quando tu já não mais me queria...

eu ainda tanto te desejava!

levaste junto nossa canção preferida,

e até boa porção

da minha amada e pobre poesia 

Sei que não tem retorno

mas a minha casa

ainda está repleta de tuas lembranças,

a cama fria de sentido

onde brinco minhas aventuras

insano, continuo te querendo

Esperando o teu retorno

e assim envelheço

Olho na janela do quarto,

persigo a hora

do relógio sem pilhas

que marca o momento exato

de tua partida

Contemplo a montanha,

escuto ventos que roçam

minha ventana

em prenúncio invernal

Invoco de forma vã

o deus da luxúria

eu sei, mas a faço de novo

entre minhas musas desnudas

Uma lagrima dolorida sempre cai...

Quero uma droga para esquecer

Olvidar o cheiro dos teus cabelos

teu sorriso,

teu andar silente

pela casa

cuspir o sabor do teu beijo

perder teu toque ávido

em busca do meu membro

Quero esquecer tua voz

Te exilar do meu pensamento

ainda ecoa na minha mente

tuas palavras rudes

Todos os dias a solidão me enfrenta

Com o desespero forjo a minha espada

para o duelo final com a Morte

Tua ausência aprisiona o meu espirito

antes livre caminhante

agora cativo

em calabouço sinistro

me tortura com falsa ilusão

de que ainda devias ser minha.

Vou até o fim na minha senda

correntes partidas

Sinto a mudança que em mim se avizinha,

Lei Universal da impermanência

de todas as coisas

que nunca mais serão as mesmas

Desejo ainda a volúpia do prazer

de um beijo roubado

O amor quando verdadeiro

não é produto perecível

que se compra no mercado.

Não o meu, não o meu...
















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