quinta-feira, 5 de junho de 2014

Profundezas (O Escafandrista)





O medo de perder a pessoa amada
é como água que afoga
e ao naufrago submerge
em exaustão 
Quando nada mais importa
e no imenso profundo mergulha 
na fria correnteza
da indiferença
sente o corpo débil
pesado como excrescência 
e no reflexo mira
a face da morte
que nunca o abandona
naufrago escafandro que aprisiona
pesada grua mergulha
ao abismo submerso
de sonhos perdidos
que como peixes abissais
iluminam profundezas
e somem céleres na escuridão
das eternas trevas
para não mais retornar

velho escafandro 
segue atirado 
na beira do cais
como sucata oca
olha o por do sol 
de sua glória
inerte e vazio
sombra sem alma


3 comentários: