sexta-feira, 18 de abril de 2014

Macondo




Sou um Buendia 

como todos somos  

uma mesma família

filhos da selva impura

das morenas e crioulas sem nome

Somos sem origem

essa é a nossa raiz e sina

destino marcado a ferro quente

na pele bruta

Somos mortos e desaparecidos

corpos insepultos 

esquecidos nas linhas 

frias do verde horizonte

nunca lembrados nas preces

de bispos e reis

somos índios, negros, mulatos

imberbes, pobres sem nome

orgulhosos de uma origem 

que não conhecemos

somos a pátria grande

que é mãe 

deusa quase branca

quase negra

somos a obra inacabada

do mestre



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