Cheia de subterfúgios e esconderijos
a cidadela abriga verdadeira
vida selvagem
lobos famintos em suas alcovas de luxo
crocodilos do Nilo nos esgotos sujos
como lendas urbanas
aves raras e marsupiais exóticos
prendem-se nas frondosas árvores
da alameda silente noturna
enxames de abelhas
ordeiras e trabalhadoras
se escondem nos troncos ocos
e cumeeiras das casas desertas
miríades de insetos esvoaçam,
roedores e pombos
se alimentam fartos
com os excessos
dos homens.
Cidade pária
se esconde dos olhos do cego
mendigo adormecido nos alpendres
nas noites sonsas de lua cheia
Um selvagem caçador coletor
brota inesperadamente do container de lixo
expelindo certeiras latas
em impossível trajetória
para seu velho carrinho de compras
Floresta de frio cimento
onde o choro se solta
o grito primal ao longe se escuta
e o chorume do lixo
escorre pela veia aberta
Na calçada dura
pela pedra
o menino se vende na rua
Também acredito num mundo melhor, onde crianças não precisam se vender na rua e que possam ter mãe e pai a ensina-los caminhar na vida sem corroer o caráter. Obrigada meu caro Julio pela dedicação para um mundo mais melhor para nossas futuras gerações.
ResponderExcluirEU é que agradeço a tua atenção. Hoje ainda estava questionando se não devia buscar ser mais intimista com o que escrevo e deixar um pouco de lado a crítica social. Com o seu comentário pude pensar em uma forma de realizar maior equilíbrio entre o interior e exterior. Não abandonar a visão do social.
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