segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O Anjo da Morte



Estranha Valquíria traveste-se em miríades de formas
ao rolar das eras, calendas rubras
Serva dos dias derradeiros 
longas asas resolutas voejam sobre a Terra
discórdia 
Ares lavra os campos da morte
Segue seu voo o tenebroso cortejo
dos carros de guerra 
das hordas montadas vindas do Leste
dos conquistadores de gentes
dos cobiçosos de ouro
que cruzaram oceanos e continentes
o aço duro, a pólvora e a peste
carregavam nas naves o seu bojo
Encontrei certa feita tua forma terrena
ao descer dos vagões da morte
Impávida figura, farda negra impoluta
botas longas lustrosas sem mácula
acariciava chorosa e tremula criança
enquanto perscrutava a multidão indefesa
que seguia tangida para os banhos
exalava o acre odor das fábricas da morte
negras nuvens vomitavam as chaminés
 saciados corvos esvoaçavam na suja neve 



Nenhum comentário:

Postar um comentário