terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Revidavidavida




Vivência de espetáculo, a ribalta
Inflige a redundância das repetições
As imitações das personas
A tolerância aos beócios da platéia
E a compaixão budista como árdua sina
ao artista.
Na incompreensão do conteúdo
Ou na má compreensão do texto
Que a cada dia o brutaliza
E faz do principal perversa forma
Roteiro dessa peça bufa
Denominada vida.
Perde o senso e o dogma transluz
Como falsa gema
Podre fruto de frondosa árvore
Muito antiga.
Irrazoáveis são as humanas crenças
Risíveis são os temores ante a finitude
Fugazes são as obras
Ruinas de Ozimandias.
Mas da vida no teatro a cena
Clama o artista alto suas falas
Largos gestos de comédia e drama,
Bordões gastos, rotas flamulas
Pobre cenário de circo mambembe
Espetáculo findo desce o pano
Escapa da vida o sopro
Mamulengo sem o titereiro
Infantes deuses riem-se e divertem-se
Das peripécias dos pobres saltimbancos.


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