quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Pequena Gaza





Dorme meu pequeno
enrolado em panos
teu sagrado sono
sangre seco na face imberbe
que já não respira
Dorme meu pequeno
sonha teus lindos campos
que nunca conheceste
cessa teu choro agora
cessa a dor de teu corpo
rasgado pela bomba sem nome
olha inocente, estupefato
a própria vida que se esvai
alma sumida em sonhos
travessuras de criança
pipa esvoaça sobre o muro
olha a fria mira da sentinela
estupefato
admira as lindas cores
do objeto que agride
a pedra fria
voa a nave silenciosa
como ave de rapina
explode o débil corpo
silencia teu riso inocente
por cima do arame farpado
livre a pipa voa sem dono...  



Soldado de Israel mira em menino palestino


3 comentários:

  1. Resisti bastante antes de escrever essas linhas para não cair no lugar comum da ridicularia de fazer versos com as dores alheias ou promover o ódio sectário de forma impensada. Mas só mesmo a infância perdida pode aclarar essa questão nefasta e despertar nosso desprezo por uma nova ordem mundial que mais parece uma sobrevivência do nazismo

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  2. Cortantes imagens essas que acompanham o poema.

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