Lua de asfalto
Negra lua nova
que nunca se vê
atrás da fumaça
na cidade moderna.
Abre o pano e entra em cena
o maltrapilho mamulengo com seu cajado
O beato profeta declama então sua revolta:
Oh! Romantica lua prateada
sempre cheia
casca de cajú matinal
tirado do pé
café dos campeões
tirado do pé
café dos campeões
já arde a duna
o caliente Sol
derrete as sandálias da menina
e brilha o verde oceano
Fauna partida em pedaços
couro de jegue
muqueca de arraia
buchada de bode
buchada de bode
pimenta brava
refestelado olhando a fonte
de água translúcida
passar preguiçosa
ao meu mando.
Cavalo marinho
servido na vasilha
para alimentar
apenas aos olhos
matuto malandro
canoa furada
folha suspensa
areia, areia, areia
a se perder de vista.
Sáfari imaginário,
jacaré na guarda
mirando a montanha
a boca seca
o coco gelado
o pequeno lothar
na cabeça
na cabeça
carrega os mantimentos
Lá também pagam dólares
Lá também pagam dólares
para os broncos
cometerem cativas mesuras,
cometerem cativas mesuras,
familiar e reconfortante
reminiscencia colonial.
Babel tropical
noite indolente
lugar de encontros
e lua de mel com a amada
É onde a noite
arranha a aranha
Nenhum comentário:
Postar um comentário