segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Calle



Calada a prosa
Sem tanto tempo
segue imperturbável seu canto
Calle ancha
passeio bruto, sem rumo
Toca Atualpa Yupanqui
guitarra rouca, elétrica
voz sumida da América
tinge de sangue as mãos do menestrel
poucas moedas caem em seu pano

Calada a prosa
passa imperturbável o tempo
entre pedras e portas 
de artificio pleno
entre multidões perseguidas
soam acordes
cordas nuas dedilhadas com esmero
notas rubras são atiradas ao céu
ou nem tanto
são poucos os ouvidos prontos/
atentos
como aviso e chama
incendeia o corpo
da nave infecunda
segue a tarde sem rumo 
a verdade agora já não transluz









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