quarta-feira, 24 de outubro de 2012

SOMOS TODOS GUARANI KAIOWA







Cintilante tarde, onde te encontro

Como ave cativa, ferida aberta

No Sol que se esgota na falha do distante horizonte

Aprofunda tua escuridão

Negra fonte que não mais me amedronta

Sento taciturno pensando na turva candura da forma

Que se nega a virar letra viva ou letra morta

Estudo cativante que não alcança teu nome

Onde estará a conexão?

Verdade absoluta, absolutamente equivocada

Cansada, fatigada, sem nome

Rima doente de tantos versos roubados no Elísios

Junto aos heróis de pedra.

Onde estarão seus nomes ? – Clamo a Homero

Lápides e sepulcros desvelados  por cientistas, linguistas e tais

Ossos rompidos, cérebros trepanados, comidos

Crianças sem nome espetadas com suas mães

Em mastros sangrentos.

Cordas primitivas trançadas através de seus crânios

Esvoaçantes, estranhas flamulas balançando ao vento.

Somos conversores da cósmica energia primordial do Big Bang

Ladrões furtivos do fogo eterno dos deuses

Forjando nossas lutas na pequena bola de barro

Agora invadindo corpos e mentes com átomos de informação

Instantânea, pré-fabricada que penetra como forma

Do ser culturalmente desinformado, inaturado, subjugado, castrado

Vivendo sobre a morta laje de pedra

Sorri do passado inclemente o poeta:

Na antiga Roma não jogavam pedras nos artistas das letras?

Agora só lapidam aqueles que versejam verdades

Imaginem que broncos esses bardos

Não aproveitam o derradeiro banquete dos notáveis

Que cobrem, solitários, todo o planeta.

Recém-nascidos cozinham nos potes de barro



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