Como ave cativa, ferida aberta
No Sol que se esgota na falha do distante horizonte
Aprofunda tua escuridão
Negra fonte que não mais me amedronta
Sento taciturno pensando na turva candura da forma
Que se nega a virar letra viva ou letra morta
Estudo cativante que não alcança teu nome
Onde estará a conexão?
Verdade absoluta, absolutamente equivocada
Cansada, fatigada, sem nome
Rima doente de tantos versos roubados no Elísios
Junto aos heróis de pedra.
Onde estarão seus nomes ? – Clamo a Homero
Lápides e sepulcros desvelados por cientistas, linguistas e tais
Ossos rompidos, cérebros trepanados, comidos
Crianças sem nome espetadas com suas mães
Em mastros sangrentos.
Cordas primitivas trançadas através de seus crânios
Esvoaçantes, estranhas flamulas balançando ao vento.
Somos conversores da cósmica energia primordial do Big Bang
Ladrões furtivos do fogo eterno dos deuses
Forjando nossas lutas na pequena bola de barro
Agora invadindo corpos e mentes com átomos de informação
Instantânea, pré-fabricada que penetra como forma
Do ser culturalmente desinformado, inaturado, subjugado, castrado
Vivendo sobre a morta laje de pedra
Sorri do passado inclemente o poeta:
Na antiga Roma não jogavam pedras nos artistas das letras?
Agora só lapidam aqueles que versejam verdades
Imaginem que broncos esses bardos
Não aproveitam o derradeiro banquete dos notáveis
Que cobrem, solitários, todo o planeta.
Recém-nascidos cozinham nos potes de barro
Muito bom poema, daqueles que têm conteúdo filosófico, além de imagens bem sacadas
ResponderExcluirObrigado Vera !
Excluir